Seminário de Estudos do Cinema LGBTQIA+ Brasileiro
Enquanto espaço de formação e fruição do pensamento crítico acerca do Cinema LGBTQIA+, a IV Transforma propõe o Seminário de Estudos do Cinema LGBTQIA+ Brasileiro, de modo a apresentar pesquisas e aprofundamentos teóricos acerca do fazer artístico audiovisual e as temáticas interseccionais, produzidas em âmbito acadêmico e social.
Para isso, serão convidadas três pessoas pesquisadoras, com amplo estudo sobre a temática do Cinema LGBTQIA+ para apresentarem seus trabalhos, sendo o espaço do Seminário um local de potencialização dessas narrativas.
A partir disso, o Festival será espaço para apresentação de pesquisas acadêmicas que tragam reverberações nas realizações de outros festivais, mas também no comportamento do público com a temática.
Desse modo, cada pesquisador convidado terá o tempo limite de 20 minutos para apresentar sua pesquisa, totalizando 60 min com os três convidados. Após, será aberto para depoimentos e perguntas do público.
O Seminário será realizado em formato virtual, com transmissão via Youtube do Festival Transforma, com aproximadamente 02h de duração, entre falas e participações do público.
PESQUISAS A SEREM APRESENTADAS:
Enqueerzilhadas no cinema brasileiro recente
Alessandra Brandão e Ramayana Lira
Corpas-enqueerzilhadas e alianças insólitas no cinema brasileiro | Revista Visuais
Olhando para a produção de curtas-metragens brasileiros recentes, reconhecemos uma reconfiguração dos espaços para o acolhimento das corpas LGBTQIA+, um trabalho de reimaginação das relações e do mundo, que nos leva ao complexo conceito da enqueerzilhada, um espaço que reimagina processos de exclusão/inclusão ao mesmo tempo em que torna visíveis formas de vida em trânsito. Notamos, também, que essas construções implicam uma rearticulação da voz e do corpo no que Maria Galindo chama de alianças insólitas. Defendemos, ao final, uma possibilidade de entender essa produção recente como pensamento sobre o mundo que produz uma fértil pedagogia queer.
No front da pandemia de HIV: uma leitura de “Os primeiros soldados”, de Rodrigo de Oliveira
Marcio Markendorf
A partir do filme brasileiro “Os primeiros soldados”, de Rodrigo de Oliveira, lançado em 2022, pretende-se discutir a iconografia de terror surgida com a pandemia de HIV no inícios dos anos 1980, a destrutiva associação entre a AIDS e a comunidade gay da época, produtora de estigmas e identidades deterioradas até hoje, bem como pensar a imagem da guerra (uma alusão ao debate de Susan Sontag) como componente metafórico central de um vírus que inspira ideias de uma batalha entre a vida e a morte.
Alessandra Brandão
Alessandra Soares Brandão: Professora dos Programas de Pós-graduação em
Inglês e em Literatura e do Curso de Cinema da Universidade Federal de Santa
Catarina. Pesquisa questões vinculadas a gênero e sexualidade em cinema e
literatura.
Ramayana Lira de Sousa
Professora do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem e do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade do Sul de Santa Catarina. Desenvolve atividades de curadoria e gestão cultural. Trabalha na interseção entre estudos de cinema e estudos feministas/gênero/lésbicos.
Marcio Markendorf
Marcio Markendorf atua no Programa de Pós-graduação em Literatura e no Bacharelado em Cinema, do Departamento de Artes, da Universidade Federal de Santa Catarina. De sua produção bibliográfica merecem destaque os livros organizados “Críticas feministas e Estudos de Gênero: Aderências” (UFSC, 2020), “Memórias do corpo” (UFSC, 2020), “Monstruosidades: estética e política” (UFSC, 2020), “David Lynch: multiartista” (UFSC, 2017). Integra os Grupos de Pesquisa Estudos do Gótico e Literatural – Estudos Pós-coloniais e feministas de narrativas da contemporaneidade. Envereda pesquisas pela Teoria Queer e pelos Estudos Culturais e atualmente desenvolve pesquisas no campo da representação das doenças e suas conexões com o imaginário da monstruosidade.